RIO - Em cinco anos, a vida deste rapaz de 21 anos virou do avesso: cantor de banheiro confesso, Chay Suede despontou na vida artística no programa “Ídolos”, ganhou muitos fãs em “Rebelde”, foi VJ da MTV, atuou em filme e, finalmente, gravou seu álbum de estreia. A nova fase da carreira do cantor e ator começou no dia 3 de setembro, quando o disco que trás seu nome foi lançado.
Desde a adolescência o rapaz sonhava em se criar no meio das artes. Começou a tocar violão aos 16 e logo se interessou pela música brasileira. Ainda na escola, tomou a decisão de seguir neste ramo, mas não contou para ninguém. Seu pai, porém, parece ter adivinhado seu desejo quando o inscreveu no reality show “Ídolos”.
- Era muito tímido para fazer qualquer coisa na frente dos outros, ainda mais cantar. Meu pai praticamente me arrastou para lá, mas me empolguei com o jeito que as coisas estavam se encaminhando. A fama não foi algo que busquei, foi acontecendo naturalmente - comenta Shay.
O pai do cantor também está presente em seu primeiro álbum, no qual duas das 10 faixas têm sua autoria. As outras oito são composições do próprio Chay, que também adora escrever. Desde criança, ele se arriscava em poesias e crônicas. Já as canções do CD são de várias épocas de sua vida. A sonoridade, segundo Chay, vem da mistura de influências “indiretas e despretensiosas”: com pegada folk, o CD tem um pouco de jovem guarda, brega, tecnobrega, entre outros ritmos.
- Sempre ouvi MPB, rock dos anos 60, período da Tropicália, Barão Vermelho... Meus ídolos são Caetano Veloso e Cazuza - afirma o cantor. - Ouço música atual, mas o que me influencia é quem já fez algo grande. É isso que me me motiva: ver o quão longe as pessoas podem chegar.
A carreira do capixaba na música parece que irá longe. Uma semana após seu lançamento, o disco já alcançou o segundo lugar no ranking de vendas do iTunes.
Fama e fãs
Quando entrou no “Ídolos”, Roobertchay Domingues da Rocha Filho (nome real do artista) teve que escolher um nome artístico. O Suede foi eleito graças a uma paixão cinematográfica. A ideia veio do filme “Johnny Suede”, estrelado por Brad Pitt em 1991, no qual o protagonista deseja ser uma estrela do rock. Depois de ganhar um festival de música com uma das canções do filme, Chay trocou, de brincadeira, seu sobrenome em uma rede social para Suede. E foi o suficiente para o apelido pegar entre os amigos. Com o nome criado, o artista deu seus primeiros e difíceis passos no que ele classifica como “situações musicalmente hostis”:
- As pessoas te analisam para dar um “sim” ou “não”, e transformam qualquer erro em algo grande - observa o compositor sobre a participação no “Ídolos”. - Era opressor, mas me deixou mais forte para não ter o medo e a vergonha que tinha antes.
Os dois anos que esteve em “Rebelde” foi de “aprendizado bem intenso”. A rotina de shows e da novela consumiam seu tempo, e, ainda com contrato assinado na Record, Chay topou ser VJ da MTV, no primeiro semestre deste ano. O ator ainda participou do filme “Lascados”, sobre três amigos que roubam uma kombi de cachorro-quente para ir de São Paulo a Salvador passar o carnaval. A história se passa em 1993. Nessa curta trajetória, Chay Suede acumulou fãs, especialmente na fase da novela teen. Mas ele fez questão de explicar que o assédio tem limite:
- Quem gostava de “Rebelde” não necessariamente me acompanha até hoje. Alguns dos meus fãs hoje nem assistiam à novela. Acho que ficou quem me queria bem, e eles sabem até onde podem ir. Isso ficou muito bem estabelecido, para minha surpresa. A falta de privacidade era muito comum durante a novela. Depois que acabou, ficou mais tranquilo.
E quem se amarra no cantor pode marcar na agenda: sua equipe está negociando com casas de espetáculo para começar uma turnê nacional em outubro. Chay afirma que “há uma grande chance” do pontapé inicial acontecer no Nordeste.
Fonte: O Globo
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