6 de novembro de 2013

Abram malas para Chay Suede: Com pouca idade e muita maturidade, o cantor acaba de iniciar uma carreira solo que promete

Chay Suede

Com apenas 21 anos, Chay Suede sabe exatamente que caminho seguir. Com o primeiro disco recém-lançado pela Universal Music, o cantor começou numa banda em Vitória, ainda aos 16. E foi graças a essa experiência que acabou se aprofundando cada vez mais na música. “Naquela época, a gente escutava bastante rock psicodélico, nacional e progressivo”, conta um confiante Chay por telefone do Rio de Janeiro, onde cumpria agenda de trabalho um dia após receber Meus Prêmios Nick como Melhor Apresentador – ele passou rapidamente pela MTv Brasil antes da reestruturação que o canal sofreu. “Ouvia muito Novos Baianos, Os Mutantes, e continuo escutando da mesma forma.”
Talvez possa soar estranho saber que um rapaz que ganhou projeção nacional nos “Ídolos”, e depois seguiu como um dos protagonistas da versão tupiniquim do sucesso latino “Rebelde”, ambos da Rede Record, tenha como referências grandes nomes da música nacional e internacional. Mas não seria aí que está a magia? Esqueça todos os esteriótipos possíveis, a estreia do capixaba Roobertchay Domingues da Rocha Filho no mercado fonográfico não é algo a ser tratado com desdém e está bem longe da música feita pelo protagonista Tomás Campos Sales Penedo. “Foi uma novela que eu adorei fazer, mas a parte musical era totalmente ligada a trama. Nunca tive nada deles,” explica.
Com produção de Paul Raplphes, inglês radicado no Brasil e responsável por trabalhos de Lulu Santos e Titãs, “Chay Suede” tem sustância e bagagem. As 10 faixas trazem um respiro que o pop nacional não está mais tão habituado a produzir. É um trabalho bem feito, comercial na medida certa, mas sem aquela necessidade de ser extremamente focado no que anda bombando no mercado. “Passei a ter uma relação com a música que foi se tornando mais intensa nos últimos anos,” justifica Chay. O álbum traz influências do pop, rock e folk, até alguns elementos do tecnobrega na faixa “Brega”, de longe uma das melhores do material. “Muito quente” e “Papel”, a deliciosa primeira música de trabalho, também merecem destaque.

Quantos artistas que se destacaram em realities conseguiram manter uma carreira estável, ou pelo menos chegaram a pensar nessa possibilidade? Podemos contar nos dedos, e não preenchemos uma mão. Assim como Roberta Sá, Thiaguinho e Ellen Oléria, Suede é uma exceção, mesmo sem se dar conta disso. “Não sei o motivo [pra poucos artistas se destacarem], porque esses programas têm exposição nacional. Mas eu nunca parei pra pensar nisso, na verdade,” diz. Então, o que o coloca nesse seleto grupo? Ser um bom cantor não é ser um bom artista, e vice-versa. Há nele, além de uma força de vontade em seguir em frente, um talento nato, e, claro, a sensibilidade que todo artista tem. Chay é músico, que compõe e produz, é ator e também comunicador.
Claro que também há um certo asco contra participantes de shows de calouros, porque muitos também são bons artistas. Mas na visão de Chay, isso deixa de se tornar um problema quando a pessoa mostra a que veio. “Pode ser que exista preconceito, mas eu nunca sofri. Pra quem faz um trabalho de verdade, porque acredita naquilo e está a fim de fazer, as coisas acabam acontecendo de uma forma ou de outra, eles acabam sendo levados a sério.”
Quando questionado do porquê já estrear com um álbum inteirinho assinado por ele, Chay rebate: “pra mim, é a única opção. Eu nunca cantaria musicas dos outros.” Das 10 faixas, duas ele dividiu a composição com o pai (a já citada “Muito quente” e “Ainda que você me esqueça”, que tem um quê de Jay Vaquer), e as outras ele carrega os créditos sozinho. “Na novela era outra coisa, pois eram os personagens que cantavam. Era algo totalmente relacionado a trama. Agora, numa carreira solo, eu nem pensaria na possibilidade de não cantar as minhas músicas.”
Chay tem todos os predicados pra construir uma carreira estável e, por que não, gigante. É talentoso e carismático. Deixa sua vida pessoal bem discreta, o que o coloca longe de polêmicas desnecessárias. Além de acreditar em seu trabalho e se dedicar naturalmente ao seu processo criativo. Mal começou a divulgar o primeiro álbum, e já pensa em um segundo. “Já estou compondo pro meu próximo disco, eu não paro de compor, em algum momento essas músicas serão utilizadas,” finaliza. Boa sorte, Chay.

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