Adaptar uma obra é tarefa que requer certos cuidados. Entre eles, tornar as questões da trama atuais talvez seja o mais importante. No caso de Dona Xepa, esse conceito parece ter sido deixado de lado. Apesar de ser ambientada nos dias de hoje, a novela assinada por Gustavo Reiz trabalha, essencialmente, com temas e personagens um tanto anacrônicos. Desta forma, o folhetim desperdiça a chance de inovar ao tratar seu tema central, já revisitado outras vezes na televisão brasileira – primeiro no folhetim homônimo, escrito por Gilberto Braga em 1977, e depois na novela Lua Cheia de Amor, de 1990 –, sem originalidade. Em meio a uma série de personagens caricatos, Thais Fersoza e Arthur Aguiar se destacam em seus respectivos papéis. Suas atuações comprovam que os dois foram as escolhas certas para dar vida ao casal de irmãos Rosália e Édison. Prova disso é que a inescrupulosa filha de Xepa, interpretada por Ângela Leal, tem centralizado as atenções do folhetim. Até porque, por ter a possibilidade de transitar em núcleos diferentes, a alpinista social é a principal responsável por movimentar a trama. E mesmo encarnando uma vilã maniqueísta, Fersoza consegue encontrar o tom de sua personagem de forma crível.
Sophia Abrahão entra em Amor à Vida com uma importante missão: dar continuidade a história que seria de Marina Ruy Barbosa no triângulo amoroso com Ricardo Tozzi e Fernanda Machado. Sua personagem não só usará roupas parecidas com as de Nicole, como terá o mesmo tom de ruivo natural da atriz. Semana passada, Sophia tingiu o cabelo no Projac e, desde então, anda desfilando o tom avermelhado.